Dois textos iluminaram os trabalhos: A perícope
de Mateus 13, 1-23 e o parágrafo 49 da Evangelium
Gaudium. A parábola do bom semeador é um ótimo texto para ilustrar um bom
planejamento catequético. Cristo ao sair para evangelizar, pensou no objetivo
que desejava alcançar com aquele grupo, no lugar onde ele se reuniria e na estratégia.
O papa Francisco relembra que o objetivo da catequese é de fazer com que as
pessoas se tornem amigas de Jesus.
Alguns aspectos importantes foram destacados para
realização do planejamento catequético:
·
A pratica pedagógico-catequética exige do
catequista uma inserção na comunidade;
·
A catequese é um processo dinâmico, exigente
e permanente da educação da fé e exige tempo, pessoas;
·
Para um bom planejamento é preciso considerar
a importância do tempo necessário para a sua realização;
·
O caminho para a realização do planejamento
existe, o que falta é foco para a sua realização;
·
Considerar a caminhada de vida de cada pessoa
como um ser, único e inteiro, diferentes de todos os demais. Aproximar-se das
pessoas como elas são assim como Jesus fez;
·
Planejar é fazer a experiência da reflexão.
Cuidado com o improviso, em partir sem saber para onde se quer chegar, em agir
sem tomar decisões
·
A mística deve estar presente no
planejamento, uma reflexão à luz da Palavra de Deus, pensar no material humano.
·
Determinação das prioridades para fazer um
planejamento: como fazer? O que fazer? Com quem fazer?
·
Realizar uma elaboração do plano: estabelecer
as etapas do planejamento e elaborar o plano.
·
A importância de uma avaliação periódica das
etapas como uma abertura para possíveis mudanças;
·
Para planejamento dos encontros catequéticos
é preciso considerar: Motivação, interiorização, expressão, memorização e
sensibilização.
O eixo litúrgico: Prof. Dr Paulo Sérgio L.Gonçalves - “Eucaristia,
fonte de vida e missão da Igreja”
O objetivo desse estudo é apresentar
analiticamente a eucaristia como sacramento originário da vida e missão da
Igreja.
Para melhor compreender o sentido da eucaristia, pode-se
partir de duas vias: a Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja. No sentido
bíblico, a Eucaristia é apresentada como: a ceia do Senhor, sacrifício amoroso,
presença real de Cristo na Igreja e no mundo e sonho escatológico.
Servindo-se do texto paulino de 1 Cor 11,23-26, padre
Paulo destacou a vivacidade da ceia do Senhor. Paulo foge a regra dos demais
apóstolos de Jesus, não O encontrou fisicamente, e sim por uma experiência
fenomenal, vivida. Paulo narra o que recebeu do Senhor.
A ceia de Jesus, rememorada pelo Apóstolo, remete o
cristão a ceia judaica, narrada em Êxodo 12,1-14. Cristo faz com toda
humanidade a Nova e Eterna Aliança. Ele se fez cordeiro, para a salvação de
todos.
Em Marcos 14,22-25, um verdadeiro manual de catequese, o
contexto teológico é o seguimento de Jesus. O vinho tem um sentido
escatológico, o sangue da salvação.
Lucas 22, 19-20, a salvação por meio de Cristo é
universal. Uma identificação entre o pão fracionado e ação de graças. Aqui
quando se fala numa presença de Cristo é a presença espiritual.
Ainda nas obras lucanas, em Atos dos Apóstolos, é
possível perceber as celebrações de iniciação cristã, que eram realizadas nas
casas com as famílias. Uma articulação entre Palavra e Eucaristia, por exemplo,
em Emaús a palavra prepara o caminho para a eucaristia e a eucaristia clarifica
a palavra.
A carta aos hebreus, Eucaristia é um sacrifício amoroso.
Aqui não existe mais templo, nem sacerdote, Cristo é o Sumo Sacerdote. Jesus é
o cordeiro imolado (Hb 10-13).
No contexto da Tradição, padre Paulo percorreu toda a
história da Igreja, desde as primeiras comunidades, passando pela teologia
elaborada pelos santos padres, ressaltando a importância dos Concílios de
Trento e do Concílio Vaticano II, até chegar a documentos recentes que falam
sobre a Eucaristia, como Ecclesia de
Eucharistia (João Paulo II, 2003) e Sacramentum
Caritatis (Bento XVI, 2007).
Outros aspectos foram destacados pelo professor: uma
dimensão social da eucaristia, pois é um sacramento que não exclui ninguém é a
própria pessoa que se exclui do sacramento. A importância da inculturação
eucarística, respeitando a cultura em que a celebra, mas não alterando a
matéria do sacramento: o pão e vinho. A presença real de Cristo, uma
espiritualidade eucarística e a ecologia eucarística.
Escolas diocesanas e paroquiais -
Orientação: Pe Marcelo Machado-RP1
Momento de reflexão e orientação para as escolas paroquiais e diocesanas.
Padre Marcelo fez um pequeno resumo do instrumento de
trabalho da CNBB Escolas Catequéticas - Um processo pedagógico, vivencial e
catecumenal.
Desde antes do Concílio Vaticano II, fala-se da
importância da formação dos catequistas, uma formação permanente sem esquecer
as transformações na política, cultura e na religião.
As escolas bíblico-catequéticas paroquiais são voltadas
para os catequistas de base, devem ser verdadeiras escolas de IVC. E essa
escola também vai conduzir ao verdadeiro ministério do catequista. As escolas
bíblico-catequéticas diocesanas deve ser um momento de aprofundamento e de
formação para formadores, viabilizando o projeto diocesano proposto pelo bispo.
Ambas devem contemplar os eixos: bíblico, teológico, metodológico e litúrgico,
mas cada uma na sua especificidade.
É a mística que sustenta e ajuda atingir com segurança o
objetivo traçado pela escola. É de grande importância que cada escola tenha o
seu projeto político pedagógico.
Logo após o café, todos os presentes foram convidados a
fazerem um momento de avaliação (escrita e oral). Padre Paulo e toda a equipe
de coordenação do regional fizeram a entrega dos certificados e sorteio de
alguns brindes. Encerrou-se com o almoço.
Oficinas - catequese com estilo catecumenal - Orientação: equipe de coordenação regional
A proposta foi de oito
grupos, de nove pessoas, para passar em quatro cenários montados e observar
cada um.
· O primeiro cenário apresentava a catequese no
contexto do pré Concílio de Trento ao Concílio Vaticano II.
·
O segundo cenário apresentava a Catequese
Renovada, as conferências episcopais latino-americanas e a Primeira Semana
Brasileira de Catequese
·
O terceiro cenário apresentava a Segunda
Semana Brasileira de Catequese, a importância de se fazer uma catequese adulta
com os adultos
·
O quarto cenário apresentava a Terceira
Semana Brasileira de Catequese, o Documento de Aparecida.
Depois de ter percorrido este caminho, à luz da
entrevista com o irmão Nery, intitulada “Catequese de inspiração catecumenal”,
os grupos responderam a seguinte questão: O que é essencial para uma catequese
com estilo catecumenal?
É necessária uma formação acerca do estilo catecumenal
para os catequistas, os demais agentes de pastoral e também o clero. Que haja
coragem para a mudança de paradigmas e um esforço de conversão de toda igreja.
Uma integração entre liturgia e catequese.
Querigma anunciado e vivenciado pelos catequistas, para
que possam anunciar e testemunhar aos seus catequizandos e suas famílias.
Voltar-se de fato para uma catequese com adultos, sem abrir mão da catequese infanto-juvenil,
que proporcione um encontro pessoal com Jesus Cristo.
Nas suas
considerações finais, padre Paulo Gil, disse que o essencial é uma formação
iniciática dos catequistas, que começa em casa. Fazer uma catequese
fundamentada na Palavra, nos documentos, trazendo símbolos e sinais para
mergulhar no mistério. Assim como caminhamos, no crescimento, o processo só vai
acontecer se tivermos um encontro com Cristo.