Eu sou o pão entregue pela vida do mundo
Leituras: Primeiro Livro
dos Reis 19, 4-8; Salmo 33 (34), 2.3.4-5.6-7.8-9 (R/9a; Carta de São Paulo aos Efésios
4, 30-5,2; João 6, 41-51.
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Jesus continua a insistir na necessidade de crer Nele, porque
Ele é o verdadeiro maná descido do céu. É um pão que traz em si a própria vida
que vem de Deus. Nesta celebração, em que rezamos pela vocação para a vida em
família, queremos rezar pela santificação de nossas famílias, para que seja um
lugar do cultivo do amor, da comunhão, do diálogo, da acolhida, do perdão, da
realização humana, da fidelidade e da paz. E peçamos de um modo especial por
nossos pais, que optaram pela paternidade em favor da vida. Não é apenas
gratidão e afeto que pretendemos demonstrar-lhes, mas também admiração pela
missão que lhes foi confiada: colaboradores de Deus na reprodução e defesa da
vida.
1. Situando-nos
brevemente
Neste 19º domingo, Jesus continua seu discurso sobre o pão
do céu. Diante da revelação de Jesus, há reação por parte de seus conterrâneos.
Jesus não aprova a murmuração e recorda que é preciso abrir o coração para o
Pai, porque é d’Ele que vem a graça de aderir a seu caminho de radicalidade.
Acolhendo Jesus, alimentando-nos do pão, crendo e
permanecendo em suas palavras, participamos da vida nova oferecida por Ele.
Assim como Jesus, sejamos pão vivo repartido para a vida do mundo.
Diante de tantas situações de morte e desalento que vive
nosso mundo, hoje renovamos a fé em Jesus, Pão vivo, descido do céu e nos
comprometemos a fazer nossa parte para que as situações injustas sejam
transformadas. Hoje, Dia dos Pais, rezemos por eles que se dedicam a educar
seus filhos. Que Jesus seja luz em seu caminhar.
2. Recordando a
Palavra
O Evangelho de João continua o discurso sobre o pão de
vida, pronunciado por Jesus na sinagoga de Cafarnaum (cf. 6, 22-59). O
ensinamento de Jesus recorda ao acontecimento do êxodo, as dificuldades do povo
na travessia do deserto, suas murmurações especialmente por causa da falta de
alimentos. A murmuração, que revela também a falta de confiança em Deus, fez
Moisés lhes dar a água (cf. Ex 15, 22-27) e o maná (cf. Ex 16,2s). Jesus
revela-se como o pão que desce do céu, para oferecer a vida plena ao ser
humano.
Os ouvintes de Jesus começaram a murmurar, porque Ele
dissera: “Eu sou o pão que desceu do céu” (6,41). As origens conhecidas de
Jesus levam à sua rejeição: “Esse não é Jesus, o filho de José. Não conhecemos
nós o seu pai e sua mãe? ” (6,42). A expressão “eu sou” (6,41.48), que remete à
revelação do nome de Deus (cf. Ex 3,14), manifesta a origem divina de Jesus.
O mistério da pessoa de Jesus, “a Palavra que se fez
carne e veio morar entre nós” (1,14), não se esgota pelo conhecimento humano. A
falta de fé dificulta o acolhimento de Jesus, o Filho de Deus. Muitas afirmavam
que Jesus não podia ser “do céu” (7,27-28) e que da “Galileia não surge
profeta” (7,52); que Ele era “um homem pecador” (cf. 9,24).
Crer é fundamental para acolher Jesus, como “o Enviado
do Pai” que oferece a vida em plenitude. É necessária abertura à ação da
misericórdia divina: “ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o
atrair” (6,44). O Pai atrai o ser humano, concedendo-lhe a graça de crer e
seguir seu Filho amado.
Todos são chamados a se deixar instruir pelos
ensinamentos do Pai, revelados por Jesus. Isaias anunciou que todos seriam
discípulos do Senhor (cf. 54,13; cf. Jr 31,33-34). Não é possível ser “ensinado
por Deus” à parte de ouvir a Palavra de Jesus e crer nela (cf. 1,18; 3,33;
5,37).
Quem acredita participa da vida eterna, revelada por
Jesus no presente e que se plenificará na ressurreição final junto ao Pai. A
adesão a Jesus, “o pão da vida”, proporciona a experiência da comunhão com a
vida que está nas mãos de Deus. Os que se alimentam de Jesus, “o pão vindo do
céu”, viverão eternamente.
Os israelitas, que saíram da escravidão do Egito,
morreram antes de chegar à terra prometida. Eles se alimentaram com o maná,
sinal que prefigura o alimento oferecido por Jesus, “o pão vivo que dá vida ao
mundo” e conduz à libertação definitiva.
A grande revelação de Jesus – “Eu sou o pão vivo que
desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a
minha carne, entregue pela vida do mundo” (6,51) – é uma alusão à paixão de
Jesus, “o pão vivo”, que oferece seu corpo e sangue como comida e bebida, verdadeiro
alimento para a vida que triunfa sobre a morte. Ele é a Palavra que assume o
ser humano inteiro, tornando-se “carne” e, em sua humanidade, entrega a vida
pelo mundo. Em sua carne, Jesus tornou-se o “Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo” (cf. 1,29) e oferece a vida em abundância.
A leitura do primeiro livro dos Reis mostra que Elias,
perseguido por causa de sua atuação profética, caminha pelo deserto até o
Horeb. Elias exerce a missão no reino do norte (Israel), durante o século IX
a.C., em um tempo em que havia a necessidade de voltar às origens da fé em
Deus. O deserto e o monte Horeb recordam a caminhada do povo de Israel, a
experiência do Deus da libertação que escuta o clamor do oprimido (Cf. Ex 3,7).
Como o povo no deserto, o profeta Elias é fortalecido
pela presença de Deus, que alimenta e conduz a caminhada em meio às
adversidades: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”
(19,7). Elias encontra o Deus suave que se aproxima da fragilidade humana (cf.
Is 42,2-4), não o Deus poderosos que se manifesta na força do vento, do
terremoto, do fogo (Cf. Ex 19,16-18; Sl 18,8-16; 29, 5-10).
O Salmo 33 (34) é uma oração pessoal de ação de graças
ao Senhor, que escuta o clamor e liberta aqueles que confiam em seu amor e
salvação. O salmista convida a fazer a experiência do encontro com o Senhor:
“Provai e vede como é bom o Senhor; feliz o ser humano que nele se abriga”.
A leitura da Carta aos Efésios começa com o apelo: “Não
entristeçais o Espírito Santo de Deus com o qual fomos marcados como por um
sinal para o dia da redenção” (4,30). O “amargor e exaltação, toda ira e
gritaria, os ultrajes e toda espécie de maldade” (4,31), contradiz com o
caminho da vida nova em Cristo, assumido a partir do Batismo. A adesão a Jesus
leva a renovar as relações comunitárias, através da “bondade, compaixão, perdão
mútuo” (cf. 4,32), cooperando assim na construção de um mundo melhor.
Como filhos amados, todos são chamados a serem
“imitadores de Deus” (cf. 5,1). Lembrando a exortação: “Sede santos, porque eu,
o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2), a comunidade é impelida a imitar a
perfeição do Pai celeste (cf. Mt 5,48). O Exemplo de Cristo, “que nos amou e se
entregou por nós” (5,2), ensina como imitar Deus. Quem segue Jesus deve “viver
no amor” aos irmãos, trilhando o caminho que Ele indicou como “oferenda e
sacrifício de suave odor”.
3. Atualizando a
Palavra
Jesus é o pão vivo que desceu do céu, para dar a própria
vida pela salvação. Atraídos pelo amor do Pai, somos impelidos a nos aproximar
de Jesus, alimentando-nos de seus ensinamentos, para descobrir n’Ele a fonte de
vida nova.
Seu exemplo encarnado na realidade tão humana, suas
ações compassivas que culminaram na entrega total, conduzem à adesão plena, na
certeza que “aqueles que acreditam têm a vida eterna”. Como discípulos e
discípulas, somos chamados a repartir o pão com Jesus através da generosidade e
do serviço aos irmãos.
Elias, necessitado de revitalizar a fé e sua missão
profética como defensor da aliança do Senhor, caminha pelo deserto até o Horeb.
O alimento oferecido pelo Deus da libertação prefigura o “pão descido do céu”,
que renova plenamente o ser humano. O encontro com Jesus na Palavra e na
Eucaristia, alimenta e fortalece nosso compromisso a serviço da justiça e da fraternidade.
O Senhor continua manifestando sua presença de salvação, que sustenta nossa
caminhada de fé e esperança.
O Espírito Santo que habita em nós pelo Batismo nos
conduz no caminho do seguimento a Cristo, o Filho amado do Pai, que entregou a
vida por amor. Ao longo de sua trajetória neste mundo, Jesus ensinou a viver o
amor fraterno.
Nossa vocação de sermos semelhantes ao Pai realiza-se na
medida em que escutamos Jesus, a Palavra que nos alimenta para a vida plena.
Quem acredita já participa da vida eterna, que Jesus manifestou através de seus
ensinamentos, de seus gestos misericordiosos.
Santa Catarina de Sena nos convida a viver conforme os
vínculos da caridade. “Tu Senhor, movido de inefável amor, desejando por graça
reconciliar contigo o gênero humano, nos deste a palavra de teu Filho
Unigênito. Verdadeiro reconciliador e mediador entre ti e nós também nossa
justiça, carregou em si todas as nossas injustiças e iniquidades, em obediência
ao que tu, Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe assumir nossa
humanidade. Ó abismo de indizível caridade! Que coração há tão duro que
continua impassível sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima
baixeza e objeção, que é a nossa humanidade?” (Cf. Dialogo sobre a Divina
Providencia, de Santa Catarina de Sena, virgem, Ofício das leituras do décimo
nono domingo do tempo comum).
4. Ligando a Palavra
com ação litúrgica
Na caminhada da vida, às vezes desoladora, a presença do
Senhor nos toca e nos anima. Ele está nomeio de nós e nos oferece sua própria
vida para nossa salvação.
Jesus, o filho de carpinteiro, Ele mesmo se faz comida e
bebida para saciar a fome a sede de eternidade da humanidade. O Filho de Deus
que se encarnou, o pão descido do céu, é o Filho de Maria e José, é aquele que
vai oferecer a própria carne, para que o mundo tenha a vida. Ele, que é o dom
do Pai, se oferece livremente (Jo 10,18), oferece sua própria carne. Aquele que
se encarnou, que assumiu a nossa humanidade é quem, por sua morte, nos introduz
definitivamente na terra prometida (cf.
http;//www.ihu.unisinos.br/espiritualidade/comentário-evangelho).
O mistério da entrega na cruz de Jesus se renova e se
atualiza na Eucaristia. “Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da
morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação
torna-se realmente presente e ‘realiza-se também a obra da nossa redenção’
(...) Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor levado até o
‘extremo’ (cf. Jo 13,1), um amor sem medida” (EE, n.11).
Hoje renovamos nossa fé em Jesus, Ele, o Verbo encarnado
na história humana, “desceu dos céus: se encarnou pelo Espírito Santo, no seio
da Virgem Maria, e se fez homem”. É o filho de José, o filho de Maria. “Também
por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, conforme as Escrituras; E subiu aos
céus, onde está sentado à direita de Deus Pai. Donde há de vir, em glória, para
jugar os vivos e os mortos; e o Seu reino não terá fim” (Credo Niceno-Constantinopolitano).
No rito da comunhão, somos convidados par participarmos
do banquete do Senhor: “Eu sou o Pão Vivo, que desceu do céu: se alguém como
deste Pão, viverá ternamente. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo...”
Como rezemos na oração pós-comunhão, que de fato este
“sacramento nos traga a salvação e nos confirme na verdade eterna”.
Acolhendo o projeto de Jesus, renasceremos como homem e
mulher novos, construtores de um mundo novo. Viveremos no amor, sendo bondosos,
compassivos e capazes de perdoar.
Oração dos fiéis:
Presidente: Abramos nossos corações a
Deus que nos alimenta e indica a meta do caminho da vida a cada um de nós e
façamos nossos pedidos.
1.
Senhor, pelo nosso Papa Francisco, nosso Bispo Vilson e todo o clero, para que
sejam firmes e perseverantes em sua caminhada. Peçamos:
Todos: Senhor,
salvai-nos!
2.
Senhor, que os governantes respeitem o ser humano e possam tratá-lo com mais
dignidade. Peçamos:
3.
Senhor, que nossas famílias caminhem pela santificação, no amor, no diálogo e
no perdão. Peçamos:
4.
Senhor, por todos os pais, vivos e falecidos, para que recebam a recompensa
pela missão que assumiram junto de suas famílias. Peçamos:
5.
Senhor, por todos nós, para que no Cristo-Pão encontremos consolação, força e
coragem para caminhar e lutar. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: Acolhei nossas preces, Deus
que nos alimenta, e concedei-nos a alegria de fazer de nossas vidas um caminhar
para a eternidade que está em Ti. Por Cristo nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS
OFERENDAS:
Presidente: Ó Deus, acolhei com
misericórdia os dons que concedestes à vossa Igreja e que ela agora vos
oferece. Transformai-os por vosso poder em sacramento de salvação. Por Cristo,
nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A
COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, o vosso sacramento que acabamos de receber nos traga a
salvação e nos confirme na vossa verdade. Por Cristo, nosso Senhor!
Todos: Amém.
ATIVIDADES DO
BISPO DIOCESANO
Dia 07 de
agosto – sexta-feira: atendimento na residência episcopal – 09h00 às 11h00; Participação no programa na Rádio Magnificat
– Maranatha – Limeira – 20h00.
Dia
08 de agosto – sábado: Reunião catequese Junto à Pessoa com Deficiência– Regional
Sul 1 – residência episcopal; Crisma –Santuário São Sebastiao – Porto Ferreira
- Padre Luís Fabiano – 19h00.
Dia
09 de agosto – domingo: Crisma – Santa Catarina de Sena – 09h00 – Americana –
Padre José Avelino
Dia
12 de agosto – quarta-feira: Café e diálogo com o prefeito – 09h00.
Dia
13 de agosto – quinta-feira: Reunião – Conselho Episcopal – 09h00.
Dia
15 de agosto – sábado: Missa – Padroeira – Basílica Nossa Senhora do
Patrocínio – Araras – 10h00 – Padre
Carlos Alberto
BÊNÇÃO E
DESPEDIDA
Presidente: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no
meio de nós.
Presidente:
Deus
todo poderoso os abençoe em sua bondade e infunda em vocês a sabedoria da
salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, + Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.
Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Todos: Graças a Deus.
Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
Bispo referencial regional Sul 1